Aventuras da Alameda I
Isto de passear os cães, é trabalho pra "cachorro".
O que se passa na alameda eça de queirós poderia servir de inspiração a algumas sitcoms que passam a altas horas de madrugada.
Falarei então do Rafa.
O Rafa...(como o próprio nome indica) é um cão rafeiro que apareceu abandonado na alameda. Como a minha paixão são os cães, não resisti a trazê-lo perto da porta da entrada e num acto de amor entregar-lhe um farnel que ele devorou prontamente. O César estava embevecido com o cachorrinho tal como eu. Embora me avisasse que não nos deveriamos afeiçoar ao cão pois poderiamos nos meter em enrascadas. Dito e feito. O Rafa começou a seguir-nos para todo o lado...até que começou a er patológico. Por outro lado, como moro num apartamento e já tenho uma pastora alemã, não poderia ficar com ele.
Na alameda, nas horas dos passeios, inevitavelmente, acabamos por conhecer variadas pessoas ....umas donas de cães, outras apenas apreciadoras. Ao longo deste tempo que tenho a Ellie posso dizer que os meus parcos conhecimentos aumentaram aí em cerca de 50 novas pessoas a que sou compelida por boa educação, a trocar dois dedos de conversa sempre que nos encontramos.
A Alexandra é uma fanática de animais abandonados. Correcção: A Alexandra é uma fanática e ponto final. A Alexandra agarra-me pelo braço para me contar as últimas novidades do seu casamento,filha, cadela, marido e curso de reflexologia. A Alexandra é um problema.
Assim sendo, não demorou muito até ela constatar que o Rafa nos seguia para todo o lado...para dar quinhentas mil achegas sobre o facto de eu ou o César adoptarmos o bichinho. Nós realmente já estávamos afeiçoados a ele. Mas eu não podia e o César apesar de morar numa casa com um terreno bastante considerável, é possuidor de um dobermman macho e muito cioso do seu território.
Não demos ouvidos à Alexandra, pensando nós, que o pobre cãozinho se iria brevemente afeiçoar a qualquer pessoa que por ali passasse. Foi um sonho apenas. O Rafa é um cão muito insistente e não demorou muito para fazer-nos esperas à porta do meu prédio e, não contente com isso, permanecia durante três horas a bater e a ladrar lá embaixo. Os vizinhos queixavam-se e o meu medo de que alguém chamasse o canil aumentava.
A Ellie, por seu turno, odiava o Rafa, sentia uns ciúmes doidos e quando ele chegava perto desatava numa choradeira e quase que o atacava.
Não sabia mais o que fazer. O Rafa estava lá embaixo e não parava de acordar o condomínio.
Recorri a quem nunca me falha: o César. Comecei a implorar para levar o bichinho para Paços de Ferreira, para a sua casa solarenga e brasonada....
As minhas técnicas de convencimento não costumam falhar, muito menos com o César....Sei levá-lo à certa e ele sabe disso. Ao ver o meu desespero...."amor por favor salva o Rafa....leva o cão...eu não consigo conceber que o coloquem no canil para abatê-lo....amor amo-te tanto eu sei que não me vais desiludir...amor...amor...amor...." Vários amores depois, e já estando o César de lágrima no olho devido ao meu desespero e ao do cãozinho....numa atitude impulsiva diz: Vamos buscá-lo...damos-lhe um banho e eu levo-o!!!!!!!!!! Pelo menos temporariamente....Até aranjarmos um dono!!!!
Assim o fizemos....e ficamos completamente embevecidos quando o Rafa, após longas horas de canseira, apenas sossegou quando nos viu, adormecendo no colo do César. Foi para Paços de Ferreira nessa noite. O César nem dormiu para protegê-lo da ânsia de sangue do dobermman ao deparar-se com um estranho no seu território.... Mas era temporário pensamos...
No dia seguinte, quando a alameda se deparou com a boa nova, não deram tempo para explicar o intuito de ser temporário...até alguém que realmente pudesse ter um cão surgisse...
Tivemos então dois candidatos a donos do Rafa. A namorada do meu irmão e um rapaz (cheio de boas intenções) que só o poderia levar passado 2 meses. Ora bolas, passado dois meses já nós não teriamos coragem de dar o Rafa....Já era o nosso Rafolas...E daí a dois meses....o amor cresceria ainda mais.
Mas a Natália estava decidida. Ora tendo comprado um t1 à pouco tempo, achou que saberia lidar com um cãozinho amoroso. Demos outro banho ao Rafa, comprámos trelas, desparasitantes e bebedouros, e enquanto faziamos horas para o levar a casa da Natália, chorávamos que nem uns perdidos. Começava eu, acabava ele, culminava o cão que nos dava a patinha mesmo sem nós a pedirmos. Estava a ser doloroso demais, mas sendo a Natália uma pessoa de confiança e amiga, sabiamos com toda a certeza que veriamos o Rafa muitas vezes e nunca o perderiamos de vista.
Chegamos a casa dela com ele. Ela, sem muito jeito, tentava fazer amizade com o Rafa, mas em vão. O cão que se mostrava um doce para nós, mostrou-se um monstro para ela. Parecia que adivinhava...e então resolveu pregar-lhe um susto para que a sua nova possível dona, desistisse dele e saissemos de lá os três o mais rápido possível.
Assim foi....rosnou-lhe, ladrou-lhe e ameaçou saltar-lhe em cima. Ela ficou branca como a cal e logo nos implorouque levássemos o bichinho dali para fora.
Sem opções e com os acessórios comprados, o César levou-o de volta para sua casa....temporariamente....e para sempre. Hoje o Rafa é feliz, já passou um ano e imaginem só....é o melhor amigo do Becker!!!!!!!
É caso para dizer: "Every dog gets his day".
O que se passa na alameda eça de queirós poderia servir de inspiração a algumas sitcoms que passam a altas horas de madrugada.
Falarei então do Rafa.
O Rafa...(como o próprio nome indica) é um cão rafeiro que apareceu abandonado na alameda. Como a minha paixão são os cães, não resisti a trazê-lo perto da porta da entrada e num acto de amor entregar-lhe um farnel que ele devorou prontamente. O César estava embevecido com o cachorrinho tal como eu. Embora me avisasse que não nos deveriamos afeiçoar ao cão pois poderiamos nos meter em enrascadas. Dito e feito. O Rafa começou a seguir-nos para todo o lado...até que começou a er patológico. Por outro lado, como moro num apartamento e já tenho uma pastora alemã, não poderia ficar com ele.
Na alameda, nas horas dos passeios, inevitavelmente, acabamos por conhecer variadas pessoas ....umas donas de cães, outras apenas apreciadoras. Ao longo deste tempo que tenho a Ellie posso dizer que os meus parcos conhecimentos aumentaram aí em cerca de 50 novas pessoas a que sou compelida por boa educação, a trocar dois dedos de conversa sempre que nos encontramos.
A Alexandra é uma fanática de animais abandonados. Correcção: A Alexandra é uma fanática e ponto final. A Alexandra agarra-me pelo braço para me contar as últimas novidades do seu casamento,filha, cadela, marido e curso de reflexologia. A Alexandra é um problema.
Assim sendo, não demorou muito até ela constatar que o Rafa nos seguia para todo o lado...para dar quinhentas mil achegas sobre o facto de eu ou o César adoptarmos o bichinho. Nós realmente já estávamos afeiçoados a ele. Mas eu não podia e o César apesar de morar numa casa com um terreno bastante considerável, é possuidor de um dobermman macho e muito cioso do seu território.
Não demos ouvidos à Alexandra, pensando nós, que o pobre cãozinho se iria brevemente afeiçoar a qualquer pessoa que por ali passasse. Foi um sonho apenas. O Rafa é um cão muito insistente e não demorou muito para fazer-nos esperas à porta do meu prédio e, não contente com isso, permanecia durante três horas a bater e a ladrar lá embaixo. Os vizinhos queixavam-se e o meu medo de que alguém chamasse o canil aumentava.
A Ellie, por seu turno, odiava o Rafa, sentia uns ciúmes doidos e quando ele chegava perto desatava numa choradeira e quase que o atacava.
Não sabia mais o que fazer. O Rafa estava lá embaixo e não parava de acordar o condomínio.
Recorri a quem nunca me falha: o César. Comecei a implorar para levar o bichinho para Paços de Ferreira, para a sua casa solarenga e brasonada....
As minhas técnicas de convencimento não costumam falhar, muito menos com o César....Sei levá-lo à certa e ele sabe disso. Ao ver o meu desespero...."amor por favor salva o Rafa....leva o cão...eu não consigo conceber que o coloquem no canil para abatê-lo....amor amo-te tanto eu sei que não me vais desiludir...amor...amor...amor...." Vários amores depois, e já estando o César de lágrima no olho devido ao meu desespero e ao do cãozinho....numa atitude impulsiva diz: Vamos buscá-lo...damos-lhe um banho e eu levo-o!!!!!!!!!! Pelo menos temporariamente....Até aranjarmos um dono!!!!
Assim o fizemos....e ficamos completamente embevecidos quando o Rafa, após longas horas de canseira, apenas sossegou quando nos viu, adormecendo no colo do César. Foi para Paços de Ferreira nessa noite. O César nem dormiu para protegê-lo da ânsia de sangue do dobermman ao deparar-se com um estranho no seu território.... Mas era temporário pensamos...
No dia seguinte, quando a alameda se deparou com a boa nova, não deram tempo para explicar o intuito de ser temporário...até alguém que realmente pudesse ter um cão surgisse...
Tivemos então dois candidatos a donos do Rafa. A namorada do meu irmão e um rapaz (cheio de boas intenções) que só o poderia levar passado 2 meses. Ora bolas, passado dois meses já nós não teriamos coragem de dar o Rafa....Já era o nosso Rafolas...E daí a dois meses....o amor cresceria ainda mais.
Mas a Natália estava decidida. Ora tendo comprado um t1 à pouco tempo, achou que saberia lidar com um cãozinho amoroso. Demos outro banho ao Rafa, comprámos trelas, desparasitantes e bebedouros, e enquanto faziamos horas para o levar a casa da Natália, chorávamos que nem uns perdidos. Começava eu, acabava ele, culminava o cão que nos dava a patinha mesmo sem nós a pedirmos. Estava a ser doloroso demais, mas sendo a Natália uma pessoa de confiança e amiga, sabiamos com toda a certeza que veriamos o Rafa muitas vezes e nunca o perderiamos de vista.
Chegamos a casa dela com ele. Ela, sem muito jeito, tentava fazer amizade com o Rafa, mas em vão. O cão que se mostrava um doce para nós, mostrou-se um monstro para ela. Parecia que adivinhava...e então resolveu pregar-lhe um susto para que a sua nova possível dona, desistisse dele e saissemos de lá os três o mais rápido possível.
Assim foi....rosnou-lhe, ladrou-lhe e ameaçou saltar-lhe em cima. Ela ficou branca como a cal e logo nos implorouque levássemos o bichinho dali para fora.
Sem opções e com os acessórios comprados, o César levou-o de volta para sua casa....temporariamente....e para sempre. Hoje o Rafa é feliz, já passou um ano e imaginem só....é o melhor amigo do Becker!!!!!!!
É caso para dizer: "Every dog gets his day".
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